Depressão caracteriza-se por um conjunto de sintomas como tristeza, desânimo, fadiga, lentidão, perda de prazer nas atividades diárias, desesperança, baixa autoestima, isolamento social, diminuição do interesse sexual, dificuldades de atenção e de memória, insônia (ou, menos comumente, aumento do sono) e diminuição do apetite (ou, menos comumente, aumento do apetite). Trata-se de um transtorno que pode ocorrer em qualquer idade e pode ter repercussões importantes em diversos aspectos da vida, como na vida familiar (brigas, afastamentos), na vida social (isolamento, dificuldades na interação com outras pessoas), na vida acadêmica/profissional (faltas e diminuição de rendimento na escola e no trabalho). Algumas vezes, o transtorno se torna grave o suficiente para que o indivíduo desista de viver e pense em suicídio, podendo chegar a cometê-lo.
Não é por acaso que a quantidade de indivíduos com depressão entre os dependentes de Internet é muito significativa. Pessoas deprimidas podem buscar na Internet alguma forma de alívio para o seu sofrimento, uma vez que podem obter mais experiências de prazer e de satisfação quando estão on-line. Usuários deprimidos, com baixa autoestima e isolados socialmente podem criar um mundo virtual ideal na tentativa de compensar a sua insatisfação com a realidade. A Internet oferece inúmeros recursos (de forma eficiente, rápida, fácil e econômica), podendo ser percebida como uma inesgotável fonte de prazer. Pode ser uma forma de evitar os problemas e as frustrações da vida real e escapar para de um mundo virtual muito mais controlado e idealizado.
Entretanto, a dependência de Internet também pode levar pessoas saudáveis à depressão. O uso excessivo da Internet pode diminuir o contato cara a cara do usuário com outras pessoas, o que pode acarretar um distanciamento da realidade e prejuízos nas relações sociais e familiares. A facilidade com que se estabelecem relações virtuais é não apenas uma motivação para os mais retraídos, mas pode ser também um desestímulo para as relações do mundo offline. O tempo dedicado para interagir socialmente, fazer exercícios físicos, dormir (atividades importantes na prevenção e combate à depressão) pode acabar deslocado para atividades online, podendo trazer prejuízos na qualidade de vida e interferir no humor.